quarta-feira, 17 de julho de 2013

Como um sonho de Dali...

Insônia

Não sei o que há aqui dentro
nem sei também o que dizer
palavras se registram numa escrita
quase automática ali

aqui ou qualquer outro lugar
os pensamentos permanecem
mudam as roupas e o caráter
mas os sonhos ficam os mesmos

os meios justificam tudo
é assim e pronto
agir é melhor que pensar

perdi-me nos sonhos e nos pensamentos
o caráter perdeu-se no meio
no centro de toda a saudade.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Nossa história.




Era um simples quintal. Espaço frequentado por mim desde a tenra infância. Nem sempre visto. Chegava de vez em quando sozinho e apenas me deparava com o espaço. Vazio. Cercado de verdes flamujantes e brisa quente do subúrbio. Outras vezes, seguia os passos de minha vó para vê-la lavar as roupas no tanque de concreto, com suas mãos enjilhadas debaixo d'água fria. Acreditava ser dela um ajudante para dependurar as vestes no varal. Ela sabia valorizar esse quase ritual cotidiano com singular maestria. Cresci acreditando. Momentos e metas foram surgindo e os caminhos já não levavam mais para o quintal. A visita resumia-se num patético compromisso social: sua bênção, vó. Queria voar. Perdidamente em estranhos ninhos. E o quintal lá permanecia. Com os mesmos verdes; brisas e o tanque de concreto.

O tempo trota impiedosamente. Além do dorso da mão; o rosto datava as décadas de vida. Elevava-se cada vez mais a voz para cumprir aquele estéril compromisso. As suas pernas não me levavam mais para o quintal; mas o seu olhar para o reencontro do verdadeiro ninho. Mesmo, infelizmente, rareando as visitas, quando possível, pousava no ninho.

O ninho encolhia-se inexoravelmente a cada segundo. Os pés teimavam com a mente. Os olhos; com a visão. No reencontro, bastava um abraço. A quota de carinho recheada de estórias (por vezes deliciosamente repetidas) era o alpiste que me alimentava. Voava porque me alimentava. Retornava ao ninho não para de novo voar; mas sim para nutrir-me.

Somos mais do que números de série ou uma definição nominal. Somos história. Não há como seguir sem o ato de planejá-lo. Vejo e ouço minha vó não só naquele quintal. Sinto-a dentro de mim; no ninho aqui dentro plantado, que eu possa sentir em qualquer lugar.

O destino é opcional; o quintal, não.


sexta-feira, 8 de março de 2013

Feliz todos os dias, Mulher!

Preciosa, minha amada e sempre preciosa, 

não é só por hoje; mas por todos os dias de vida, de tua vida como mulher. Mulher com letra maiúscula; Mulher forte, mas que se emociona; Mulher sábia, mas que se diverte no cotidiano; Mulher linda, cheirosa, afável desde quando acorda; Mulher, mas esposa; Mulher sem igual. Muito obrigado por ter me escolhido; por ter me dado a chance de ser feliz todos os dias de minha vida ao teu lado.

Feliz, todos, os dias, Mulher; minha amada, preciosa e "paixãozinha" esposa!

De teu legítimo esposo,

Wilen Norat Siqueira.