quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Vai uma xícara...?

É chegada a hora. A hora de fechar um ciclo e partirmos para outro com muitos planos, metas, desejos, sonhos e expectativas. De cá, vemos doze meses a mais para percorrer; agora, vimos os doze que já andamos, caímos, levantamos, perdemos e recuperamos das pedras de nossos caminhos.

A cada dia uma luta; uma batalha desproporcional. Todo dia o mundo contra mim. Contra cada um. De um em um, além de repetições enfáticas e trocadilhos soberbos, a vitória em se manter até hoje é a recompensa incomensurável de poder respirar e de interagir. Pulsos ligeiros e respiração cansada perfazem os momentos mais importantes. A adrenalina compensa.

Queria ser outro alguém em outro lugar. Sair deste casulo incólume. Ser mais agressivo e representativo. Florir neste espaço infértil da maturidade, onde os espinhos limitam os territórios. Falar claro e ser transparente. Assim como esse período marcado por pausas e pontos secos, a vida transforma-se em sequências randômicas pautadas em formalismos sem causa e sem sentido, em que a medida certa deve-se à conveniência mais covarde - É sempre todos contra um.

Como, então, mudar os hábitos sem mexer nos princípios? Posicionar-se sem magoar? Exigir respeito sem constrangimento?

Se o futuro a Deus pertence, a poesia é o meu presente.


Ps: "Os cacos da vida, juntos, colados, formam um estranha xícara; sem uso, ela nos observa do aparador." Carlos Drummond de Andrade.


A todos um ano novo ainda mais cheio de alegrias, paz e saúde.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Pensamentos rarefeitos II

"O belo atrai o belo, o forte atrai o forte, o rico atrai o rico. Os miseráveis se agridem."

"As regras são menos perigosas do que a imaginação".

"O ser humano já nasce devendo nove meses de pensão."

"Responda depressa: os melhores presentes de Natal você dá por generosidade ou por conformismo?"

"Todo mundo é maluco. Depende de onde você cutuca."

"A malandragem é a arte de disfarçar a ociosidade."

"E aí... eles não se casaram e foram felizes para sempre."

"A pontualidade é uma longa solidão."

Vozes ordinárias

Depois da forte chuva, vem a brisa; vem o vento vazio de pensamentos, mas repleto de desejos. Levanto a cabeça e procuro a lua. Cadê a lua? Nuvens. Nuvens. Nuvens na mente ocupada. O dia traduz e perfaz cada indivíduo. Hoje, fui sol, calor, abafado, vento, chuva, trovão e brisa. Ah, se cada dia fosse assim...

Sai do trabalho, desce as escadas e liga o carro. Desejos vão a frente e se perdem nas esquinas de mais problemas. Que quantos problemas são esses? Resolve um e surgem mais - a cabeça não pode parar. A satisfação é a inércia do fracasso.

O retorno a casa é longo. Chuvisca e nem o rádio toca o seu coração. Faço minhas orações e chego à minha casa; à casa de meus pais. A fronteira da individualidade é o limite de seus problemas pessoais; uma casa é pouco.

Se em todo cotidiano pudesse contar um conto, a vida seria uma novela. A arte que imita a vida.
As pessoas; os personagens.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ode à vida

Eu amo, amo mais que tudo
toda noite e todo dia
eu amo, Ana Bia

Eu amo, amo com toda a minha força
amo porque sou feliz
eu amo, Ana Beatriz

Eu amo, amo a cada segundo
eu amo com toda franqueza
eu amo Ana Beatriz Franco

Eu amo, amo em todas as horas
eu a amo como um poema
eu amo Ana Beatriz Franco Sena.


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Cansaço

Sabe como é chegar ao final de uma maratona?
Não aguento mais.

As pedras no meu caminho foram muito fatigáveis
e as minhas retinas não as tenho mais.


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Luto e tempo

Hoje é o dia mais triste
mais dolorido
vazio.


Depois da lamentação
vem o questionamento
e, por fim,
o esquecimento.

A vida é feita de amnésias; vive-se para esquecer.
Não há tempo que perdure uma alegria; porém, não pára o tempo para esquecer as péssimas lembranças.

Tempos modernos

O tempo e o vento - Tempo de twitter é falta de vento.

Tenho 325 amigos e conheço ninguém. Escrevo aforismos e nada sou. Tenho Orkut e Twitter.

E daí?

Sou raso, fraco e vazio.


Pensamentos rarefeitos

O prazer de ser eterno estar em viver intensamente na efemeridade.

O mais importante do livro não é a capa; é o título.

http://twitter.com/wilennorat

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Acorda, Piaget! Acorda!


Como é que pode censurar ainda hoje em dia? Em um mundo, em que operário vira presidente, um negro assume o poder nos EUA, a cidade mulamba maravilhosa sediará uma olimpíada?

Por causa de um cabelo grande?


Menino de 4 anos é suspenso na escola por usar cabelo comprido

Colégio do Texas pediu que pais levem o pequeno ao barbeiro.
'Sinto falta dos meus amiguinhos', diz menino.

http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL1422765-6091,00.html



Ai, que saudades de meus cabelos longos...



Diploma na mão e mentes vazias

Há muito entre a mente e o nosso entendimento que tentam transmitir a vã notícia. Só falta dizer que os atacados eram os veados.


Para isso, é preciso muito mais que diploma; eu, rasguei o meu.

Ps: No meu jornal, chamei o Zeca Pagodinho para ser o editor-chefe.


Piranhas atacam em praia artificial do Tietê, no interior de SP

Ataques ocorrem há uma semana em Ubarana, a 468 km de São Paulo.
Comerciante diz que grade não impediu novos ataques.


http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1422086-5605,00.html

Ai, que saudade que tenho...

Estão de olho.

Vocês ficam aí, enquanto a gente fica aqui de olho nos nossos brothers.

Ps: O que será o "x" da questão?

domingo, 20 de dezembro de 2009

sábado, 19 de dezembro de 2009

Sobre o tema

Natal


Jesus nasceu. Na abóbada infinita
Soam cânticos vivos de alegria;
E toda a vida universal palpita
Dentro daquela pobre estrebaria...

Não houve sedas, nem cetins, nem rendas
No berço humilde em que nasceu Jesus...
Mas os pobres trouxeram oferendas
Para quem tinha de morrer na cruz.

Sobre a palha, risonho, e iluminado
Pelo luar dos olhos de Maria,
Vede o Menino-Deus, que está cercado
Dos animais da pobre estrebaria.

Não nasceu entre pompas reluzentes;
Na humildade e na paz deste lugar,
Assim que abriu os olhos inocentes
Foi para os pobres seu primeiro olhar.

No entanto, os reis da terra, pecadores,
Seguindo a estrela que ao presepe os guia,
Vem cobrir de perfumes e de flores
O chão daquela pobre estrebaria.

Sobem hinos de amor ao céu profundo;
Homens, Jesus nasceu! Natal! Natal!
Sobre esta palha está quem salva o mundo,
Quem ama os fracos, quem perdoa o mal,

Natal! Natal! Em toda a natureza
Há sorrisos e cantos, neste dia...
Salve Deus da humildade e da pobreza
Nascido numa pobre estrebaria.

Olavo Bilac

http://www.jornaldepoesia.jor.br/bilac2.html#natal

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Estado mínimo

Têm dias que é melhor não sair de casa. Nem acordar.

Caminhões pelo Brasil

"Uma desgraça nunca vem só. No Brasil vem sempre acompanhada de ameaças à democracia." Millôr Fernandes.

"O desespero eu aguento. O que me apavora é essa esperança". Millôr Fernandes.

O peso da luva.

"Me tornei inimigo de vocês por haver dito a verdade?" Gal 4,16

A força máxima está em um ponto

"Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvirem." (1Tm 4,16)

Como disse o Santo Apóstolo, nós devemos perseverar na Verdade ensinada por Cristo há 2000 anos e também ensiná-la para que outros alcancem a Graça de Deus. Infelizmente vivemos num tempo em que muitos que se dizem cristãos ensinam a sua própria doutrina e não aquela que sempre foi ensinada por Cristo e por seus santos apóstolos.

Esta área é dedicada a esclarecer muitos dos erros que se ensinam por aí acerca do cristianismo e da Igreja de Cristo, para que aqueles que realmente pertencem ao Senhor possam fazer parte da verdadeira igreja.

Também sabemos que apesar das evidências que aqui estão apresentadas, muitos preferirão permanecer no erro, como também disse o Santo Apóstolo: "Por que virá o tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." (2Tm 4,3-4).

Veritatis splendor

Ave Maria

Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum. Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc, et in hora mortis nostrae. Amen.

Vamos ao sítio novo!

http://twitter.com/Wilennorat

Luz de meus olhos

Ai, que lua
que noite
a tentativa de brisa lá fora
e amor no ar

De longe, sou nada
de perto, muito menos
contemplo cada momento
de sua luz

Lua, doce amada
luz própria, luz preciosa
luz inteira e não só pela
metade

Dizem que é de aluguel
dizem que é de santo
ou de prata
mas você é rima

é prosa
é prólogo
é diálogo
é minha

e de mais ninguém!

Simplesmente assim

Hoje merecia um poema
um poema bem bonito
com rimas e desejos
com formas e conteúdos
mil

Hoje tinha um poema
no canto
calado
que chegou de repente
e foi embora

Hoje vem um poema
poema, sei lá, como
quando ou porquê
ele vem
e vem pra ficar.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Já foram as cinzas das horas.

Já se aproxima o Natal, o tempo de Natal, tempo de reflorescimento, de colher e de plantar os mesmos bons e velhos valores. O mundo anda e nem vê além dos pisca-pisca da cidade: o silêncio de abraço dos pedintes, a cegueira de atenção dos menores abandonados, a ausência de atenção aos idosos, o desprezo aos doentes, o nó na garganta dos aflitos e o brilho de cada um.

As estrelas estão se apagando;
as cinzas das estrelas.

Teia da vida

Ah, como queria um mundo melhor
um mundo sem cara feia
um mundo sem dó
um mundo de todos

Ah, como queria ver as pessoas felizes
as pessoas unidas
as pessoas sorrindo
as pessoas inteiras - sem cara metades

Ah, como queria o amor puro
o amor gratuito
o amor altruísta
o amor de todos

Ah, como queria no mundo o amor das pessoas!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Reconstrução

Começa a instilar o vazio
a imensa falta da presença
não é fácil, não é fácil
essa saudade sem licença

Ai, como dói o peito
com o laringe constricto, amargo e
seco

vai um pedaço de mim
deixando uma brasa sem calor
nessa terra do amor
de rosas e de jasmim

Dói, dói muito não ser visto
ouvir somente os sons da solidão
trauma, ferida, fratura e cisto
a saudade é a mortalha do coração

De tantas obras e construções
não sei se fico ou se parto
o silêncio de todos os sons
é não te ter ao meu lado

Eram dois e agora não mais
foi-se uma metade do coração
um lado clamando por paz
e a saudade regando a solidão

Entre cisma e entre quimera
pensamentos vão até a ti
da mais alta saudade sincera
surge a maior beleza que já vi

Caem lágrimas de esperança
com gosto de saudade, de vazio
em tristes acordes sem dança
como a Páscoa sem a luz do círio

Vocifera! Faça esta vontade
por tudo que atrozmente suporta
neste sufocar de saudade
Abra a porta! Abra a porta

Sem voz
sem gosto
sem vontade
sem vida.

Construção

Sem voz
sem gosto
sem vontade
sem vida

Vocifera! Faça esta vontade
por tudo que atrozmente suporta
neste sufocar de saudade
Abra a porta! Abra a porta

Caem lágrimas de esperança
com gosto de saudade, de vazio
em tristes acordes sem dança
como a Páscoa sem a luz do círio

Entre cisma e entre quimera
pensamentos vão até a ti
da mais alta saudade sincera
surge a maior beleza que já vi

Eram dois e agora não mais
foi-se uma metade do coração
um lado clamando por paz
e a saudade regando a solidão

De tantas obras e construções
não sei se fico ou se parto
o silêncio de todos os sons
é não te ter ao meu lado

Dói, dói muito não ser visto
ouvir somente os sons da solidão
trauma, ferida, fratura e cisto
a saudade é a mortalha do coração

Ai, como dói o peito
com o laringe constricto, amargo e
seco

vai um pedaço de mim
deixando uma brasa sem calor
nessa terra do amor
de rosas e de jasmim

Começa a instilar o vazio
a imensa falta da presença
não é fácil, não é fácil
essa saudade sem licença

domingo, 22 de novembro de 2009

sábado, 21 de novembro de 2009

Parênteses

Quero falar sobre um assunto difícil. Um assunto que, ao mínimo pensamento, causa a enorme efervecência de sentimentos. A saudade.

É dor
é sofrimento
é inspiração
é transtorno
é doença
é prisão
é mortalha
é tudo
e
é nada!

Quer vir, quer pegar, quer ter e não há nada

Meu amor, esse silêncio que teima sair, em letras tortas e em pensamentos toscos, é ínfimo em relação ao todo amor que sinto e sempre sentirei por ti; pelo que foi e eternamente será.

Ps: Foi quase uma escrita automática!

.. .. ...!

14...

Caem lágrimas de esperança
com gosto de saudade, de vazio
em tristes acordes sem dança
como a Páscoa sem a luz do círio

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

13...

Entre cisma e entre quimera
pensamentos vão até a ti
da mais alta saudade sincera
surge a maior beleza que já vi

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

12...

Eram dois e agora não mais
foi-se uma metade do coração
um lado clamando por paz
e a saudade regando a solidão

11...

De tantas obras e construções
não sei se fico ou se parto
o silêncio de todos os sons
é não te ter ao meu lado

10...

A Umas saudades (257)

Parti, coração, parti,
navegai sem vos deter,
ide-vos, minhas saudades
a meu amor socorrer.

Em o mar do meu tormento
em que padecer me vejo
já que amante me desejo
navegue o meu pensamento:
meus suspiros, formai vento,
com que me façais ir ter
onde me apeteço ver;
e diga minha alma assi:
Parti, coração, parti,
navegai sem vos deter.

Ide donde meu amor
apesar desta distância
não há perdido constância
nem demitido o rigor:
antes é tão superior
que a si se quer exceder,
e se não desfalecer
em tantas adversidades,
Ide-vos minhas saudades
a meu amor socorrer.

Gregório de Matos

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/gregorio-de-matos/obras-poeticas-1.php

domingo, 15 de novembro de 2009

9...

As sem-razões do amor


Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.


Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.


Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.


Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

http://www.revista.agulha.nom.br/drumm3.html#assemrazoes

8...

SAUDADE
Augusto dos Anjos

Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.

À noite quando em funda soledade
Minh’alma se recolhe tristemente,
Pra iluminar-me a alma descontente,
Se acende o círio triste da Saudade.

E assim afeito às mágoas e ao tormento,
E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
Para dar vida à dor e ao sofrimento,

Da saudade na campa enegrecida
Guardo a lembrança que me sangra o peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida.

http://perci.com.br/augusto/index.php?option=com_content&task=view&id=138&Itemid=40

7...

Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude

http://www.viniciusdemoraes.com.br/poesia/sec_poesia_view.php?busca=Soneto%20do%20amor%20total&acao=buscar&id=313&id_tipo=1&back_page=1

6...

Amor até o fim


Amor não tem que se acabar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar

O amor é como a rosa no jardim
A gente cuida, a gente olha
A gente deixa o sol bater
Pra crescer, pra crescer
A rosa do amor tem sempre que crescer
A rosa do amor não vai despetalar
Pra quem cuida bem da rosa
Pra quem sabe cultivar

Amor não tem que se acabar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu sei que o amor não tem que se apagar
Até o fim da minha vida eu vou te amar

Composição: Gilberto Gil


http://letras.terra.com.br/gilberto-gil/574166/

5...

XLIV

SABRÁS que no te amo y que te amo
puesto que de dos modos es la vida,
la palabra es un ala del silencio,
el fuego tiene una mitad de frío.

Yo te amo para comenzar a amarte,
para recomenzar el infinito
y para no dejar de amarte nunca:
por eso no te amo todavía.

Te amo y no te amo como si tuviera
en mis manos las llaves de la dicha
y un incierto destino desdichado.

Mi amor tiene dos vidas para amarte.
Por eso te amo cuando no te amo
y por eso te amo cuando te amo.


LXVI

NO TE QUIERO sino porque te quiero
y de quererte a no quererte llego
y de esperarte cuando no te espero
pasa mi corazón del frío al fuego.

Te quiero sólo porque a ti te quiero,
te odio sin fin, y odiándote te ruego,
y la medida de mi amor viajero
es no verte y amarte como un ciego.

Tal vez consumirá la luz de enero,
su rayo cruel, mi corazón entero,
robándome la llave del sosiego.

En esta historia sólo yo me muero
y moriré de amor porque te quiero,
porque te quiero, amor, a sangre y fuego.


La presente Antología de Pablo Neruda es publicada con fines de difusión y estudio de la obra del Poeta y está prohibida su
reproducción con fines comerciales o de uso público. Todos los derechos pertenecen a la Fundación Pablo Neruda.



http://www.neruda.uchile.cl/obra/obraciensonetos4.html

4...

Dói, dói muito não ser visto
ouvir somente os sons da solidão
trauma, ferida, fratura e cisto
a saudade é a mortalha do coração

3...

Composição: Chico Buarque

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

sábado, 14 de novembro de 2009

2...

Ai, como dói o peito
com o laringe constricto, amargo e
seco

vai um pedaço de mim
deixando uma brasa sem calor
nessa terra do amor
de rosas e de jasmim

tumtátumtátumtátumtá...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

1...

Começa a instilar o vazio
a imensa falta da presença
não é fácil, não é fácil
essa saudade sem licença

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Simplesmente complexo

Lc 15, 1-10


Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximaram-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”.
Então Jesus contou-lhes esta parábola: “Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.
E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Lente na media





Como médico ou como qualquer especialista em transtorno psiquíco ou mental, o compositor e músico Herbert Vianna passa longe; no entanto, as suas considerações, no mínimo, tornam-se filosóficas, quiçá dignas de uma melodia de sucesso.

Ao mesmo tempo que ele tange magistralmente em temas bastante relevantes, acaba por infringir no ponto da imprecisão e da acurácia científica, no qual a questão merece ser abordada.

Deixemos ele no picadeiro filosófico.




http://ludpensamentos.blogspot.com/2009/09/desabafo-de-herbert-viana.html

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Tensão mediana

NOIVADO

Os namorados ternos suspiravam,
Quando há de ser o venturoso dia?!
Quando há de ser?! O noivo então dizia
E a noiva e ambos d'amores s'embriagavam.

E a mesma frase o noivo repetia;
Fora no campo pássaros trinavam.
Quando há de ser?! E os pássaros falavam,
Há de chegar, a brisa respondia.

Vinha rompendo a aurora majestosa,
Dos rouxinóis ao sonoroso harpejo
E a luz do sol vibrava esplendorosa.

Chegara enfim o dia desejado,
Ambos unidos, soluçara um beijo,
Era o supremo beijo de noivado!

Augusto dos Anjos

domingo, 1 de novembro de 2009

Sem foco

Desencontros


verde, vermelho
vernáculo
vejo, hoje e sempre
quero te ver


cheiro, nem um
nem outro
sujeito ou sentido
mais um ambíguo


chuva, vêm as lágrimas
nuvens escuras
pensamento pesado e
coração apertado

mal surge altivo o sol
com sua notável presença
cá dentro; lá fora, a chuva condensa
no ruflar triste de todos os sons

arrancado do peito o sentimento
o que fica é a sútil diferença
entre morrer de saudade imensa
e esmolar qualquer alento

quem perde a cabeça, perde a razão
queria entender ainda mais
a gênese de toda emoção

mas o sol é o mesmo desta ilha
onde a mente humana busca a paz
em cada membro da família


romance, poema
aleatório regular
nessa ordem medonha
de pensamentos

nem foco, nem poder
foco de focar
foco de focado
posso de poder
poder de podido

foco e podido
o que mais pode dar?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Velhidades

Refazenda II

ontem fui, sim
hoje, não sei
voltei passado, fim
mal sentido, lei


há tanta palavra
nessa ordem semântica
palavra; qual palavra?
nem se; nem mântica

pode tudo dizer tudo
e querer somente nada
Que nada?
nem ajudo

sentido
Que sentido?
pedido
Que pedido?


entre classificações sintáticas
o desejo da ambiguidade
está na mente aberta
da certeza e da fugacidade

Sinusite
Que sinusite?

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Vazio filosófico

Eva

Ceva
coeva
itapeva
longeva
medieva
napeva
primeva
rubieva
seva
treva
eleva!

O verbo fez-se eva:
releva
alqueva
neva
entreva
Adão sem Eva.

Leva a treva
nem ceva; nem seva
que Eva?

Mulheres, uní-vos!

Para sempre na media

Antes que eles cresçam

Affonso Romano de Sant'Anna

Há um período em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos.
É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça...
Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes e cabelos longos, soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com uniforme de sua geração.
Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que não se repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao shopping, não lhes demos suficientes hambúrgueses e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.
No princípio iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhos.
Sim havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim.
Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.
Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.
Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.

Poesia na media

Qualquer


Qualquer
Traço, linha, ponto de fuga
Um buraco de agulha ou de telha
Onde chova.

Qualquer pedra, passo, perna, braço
Parte de um pedaço que se mova.

Qualquer

Qualquer
Fresta, furo, vão de muro
Fenda, boca onde não se caiba.
Qualquer vento, nuvem, flor que se imagine além de onde o céu acaba
Qualquer carne, alcatre, quilo, aquilo sim e por que não?
Qualquer migalha, lasca, naco, grão molécula de pão

Qualquer
Qualquer dobra, nesga, rasgo, risco
Onde a prega, a ruga, o vinco da pele
Apareça

Qualquer
Lapso, abalo, curto-circuito
Qualquer susto que não se mereça
Qualquer curva de qualquer destino que desfaça o curso de qualquer certeza


Composição: Arnaldo Antunes / Hélder Gonçalves / Manuela Azevedo

domingo, 4 de outubro de 2009

Quem somos?

Um boi vê os homens
Tão delicados (mais que um arbusto) e correm e correm de um para o outro lado, sempre esquecidos de alguma coisa. Certamente falta-lhes não sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres e graves, por vezes.
Ah, espantosamente graves, até sinistros.
Coitados, dir-se-ia que não escutam nem o canto do ar nem os segredos do feno,
como também parecem não enxergar o que é visível
e comum a cada um de nós, no espaço.
E ficam tristes e no rasto da tristeza chegam à crueldade.
Toda a expressão deles mora nos olhos –
e perde-se a um simples baixar de cílios, a uma sombra.
Nada nos pêlos, nos extremos de inconcebível fragilidade, e como neles há pouca montanha, e que secura e que reentrâncias e que impossibilidade de se organizarem em formas calmas, permanentes e necessárias.
Têm, talvez, certa graça melancólica (um minuto) e com isto se fazem
perdoar a agitação incômoda e o translúcido vazio interior que os torna tão pobres e carecidos de emitir sons absurdos e agônicos: desejo, amor, ciúme
(que sabemos nós), sons que se despedaçam e tombam no campo
como pedras aflitas e queimam a erva e a água,
e difícil, depois disto, é ruminarmos nossa verdade.
Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Sono de pedra!

No final da corrida, tiraram a linha de chegada. Depois de muito suor para alcançar a tão sonhada autonomia universitária, de repente, acabou. Acabou silenciosamente. Sem ruídos, ecos ou rumores discentes e docentes. Na indecência pragmática de alguns que planejam e determinam a vida de gerações.

O tripé que constitui a universidade - ensino, pesquisa e extensão - nem nas ideias permanece. Uma terrível invasão de interesses alheios à vontade da comunidade acadêmica local faz parte do cenário atual. A realidade aprendida por meio de relatórios e de ofícios é anestesicamente vivida. Igualar os diferentes é não só implicar problemas, mas também agravá-los.

O dia-a-dia transcorre com muito suor, sentimentos, emoções e estórias. História sendo feita num dinamismo ímpar. Cada ramo de uma árvore toma sua rota certa; ou conveniente.

O Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM - é um modelo legítimo de avalição central; porém, está longe de contemplar as idiossincrasias fundamentais de cada um; quiçá de cada instituição que congrega diversas experiências únicas, producentes e pertecentes à cultura maior do seu contexto.

Somos quem sem passado?

Discutir ou propôr outras formas de avaliação e seleção também é louvável e concernente a uma sociedade fundada em direitos e em deveres democráticos. Pensemos todos; mas não deixando que novos ramos sucumbem pela falta de seu tronco.

Somos quem sem passado? Sem a História contruída com a singularidade dinâmica da vivência pessoal?

Acordem, pedras! Acordem!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Semente da crise - Lula Histórico

O que dirão? Soberba ou despertar de uma Era esquecida, atrasada e presa a retratos? Se o caminho não é esse, Pero Vaz Caminha ainda não chegou: terra em que tudo dá, dá frutos.
Há de morrer pra germinar.

Brasil, não mente; ser mente da crise.





Lula: quero entrar para a história com empréstimo ao FMI

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que gostaria de entrar para a história como o presidente que emprestou "alguns reais" para o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Você não acha chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?", disse. "Eu passei parte da minha juventude carregando faixa contra o FMI no centro de São Paulo."

http://br.noticias.yahoo.com/s/02042009/25/economia-lula-quero-entrar-historia-emprestimo.html

domingo, 29 de março de 2009

Falta de excesso

Ai, como sangra o meu peito

sem estar ao teu lado,
perto de teus lábios,
colado com tua pele,
rente ao teu olhar;

ai, esvaí-me de sangue longe de ti,
meus olhos não suportam a tépida escuridão,
minha boca sofre na terrível solidão,
a minha pele humilha-se no longínquo esquecimento.

Venha, venha ao encontro meu,
com luz e sonhos tão reais
com abraços e carinhos tão vitais
com desejo e entrega tão perfeitos
ai, como sangra meu peito.

29/03/2009

sábado, 21 de março de 2009

Media apagada

Afinal, o que é solidariedade? Para que serve?

Viver.

Melhor que uma resposta, a simples boa ação já atende a incitação; porém, num intenso taoísmo de valores, a relativização do bem e do mal aprofunda a questão em algumas releituras: a toda ação, equivale uma intenção forte e de sentido, muitas vezes, contrário. Mais do que de palavras, o conceito vem da forma, das faces dinâmicas dos relacionamentos. Poder-se-ia cogitar, então, que ser solidário é virtuoso. Ledo engano. Solidarizar é firmar-se cada vez mais; notabilizar-se. Não será preciso gastar mais linhas e letras para mostrar o caráter egocêntrico de tal ação. Antes mesmo de pensar em querer a paz, a união ou o bem-estar, o ato reflexo do sujeito agente é certificar-se de sua imagem e auto-imagem. Antes só do que...Não! Acompanhado para evidenciar as diferenças.

Exagero? Amargura?

Não.

Aos fatos: sabe-se, certamente, que viver nunca foi um gesto solidário. Todo e qualquer ser humano, seja direta ou indiretamente, só sobrevive com ou em função de algo ou de alguém. Ora, pelos padrões de imperfeições outrora definidos – como raiva, inveja, orgulho, dentre outros – tornou-se fundamental aparecer mais e bem. De outra maneira, seria o mesmo que dizer sobre a eminência dos mais aptos; daqueles que mais crescem, mostrando a força que têm – Darwinismo social. Feito uma rede com nós e ramos, o relacionamento humano, portanto, baseia-se na estabilidade e na fluência de contatos; quanto mais, melhor.

Afinal, o que é solidariedade? Para que serve?

Primeiro-lugar no desafio da Bioquímica Médica da UFRJ.


Afinal, o que é solidariedade? Para que serve?

Solidariedade quer dizer complementaridade, compartilhamento, ligação, dependência, reciprocidade. É a superação do individualismo, sem a anulação do indivíduo.
Antes de ser uma atitude desejável em uma sociedade civilizada, a solidariedade é o parâmetro mais profundo que define a individualidade humana como o resultado criativo da relação com outras individualidades.

O individualismo e a correria pela sobrevivência tornaram a humanidade uma grande sociedade anônima, onde as pessoas não se conhecem, onde os relacionamentos são superficiais e até mercantilistas. A busca pela solidariedade nos faz perceber nossas próprias limitações à medida que conhecemos o outro e suas necessidades. Quando entendemos a relação social como um processo de autoconhecimento e de aprendizado, incluímos o outro no nosso relacionamento, e o “eu” torna-se “nós”.
A solidariedade é a conquista de uma relação social que permite o desenvolvimento do potencial humano e dele depende. Ser solidário é ser humano. A solidariedade é a pré-condição para a troca de conhecimentos. É um processo de libertação social, de autoconhecimento coletivo. É uma qualidade que se aprende e se ensina nas mais variadas condições sociais e ambientes.

A solidariedade não serve apenas para ser praticada em grandes catástrofes, devemos exercitá-la no dia-a-dia: dentro de casa, no trabalho, nas relações interpessoais mais simples. Ela pode ser em forma de ajuda financeira; doação de alimentos, remédios, roupas, trabalho, conhecimento; um simples abraço. Podemos ver solidariedade entre ricos, entre pobres, médico e paciente, professor e aluno, pais e filhos, empregadores e empregados, povos e nações.

Somente através da prática da solidariedade poderemos contemplar a transformação dessa sociedade massificada, egoísta, agressiva e fragmentada em uma sociedade com mais amor, mais respeito, mais partilha. Uma sociedade menos conflituosa, onde a guerra possa dar lugar à paz. Então, deixaremos de ser uma sociedade anônima e nos tornaremos uma sociedade humana.

RENATA DE MORAES MACIEL DOS SANTOS




Segundo colocado:

a)

Se tomarmos o termo solidariedade, a despeito do conceito de altruísmo
cristão, como uma “preocupação para com o outro” (sollicitudo, latim,
preocupação), poderemos entender que, ao partir do pressuposto básico de que
todo o homem social interage e interdepende de outros (eu apenas existo a
partir do outro, da visão do outro), a solidariedade serve, então, para
garantir a sobrevivência do humano, seja do ponto de vista ontológico ou
social.

Obrigada
Nathalia Varejão


b)

Solidariedade é comparecer ao Fundão em um domingo de sol para ajudar seu
colega de laboratório a carregar as caixas dos seus animais, somente por
ajudar mesmo, sem colaboração alguma com o seu projeto.

Solidariedade é fornecer suas culturas de células para alguém que perdeu
tudo e está com a defesa de mestrado ou doutorado marcada.

Solidariedade é encontrar um pesquisador faminto em um domingo no CCS e,
sem esperar nada em troca, oferecer seu pacote de biscoito que você trouxe
para agüentar o dia.

Solidariedade é passar uma noite em claro ajudando seu amigo a terminar um
pôster para um congresso no dia seguinte.

Solidariedade é parar o que você está fazendo e explicar como realizar um
experimento de maneira correta para um aluno desesperado com os resultados
obtidos.

Solidariedade é compartilhar com muita boa vontade equipamentos caros com
laboratórios “menos favorecidos financeiramente”.

Solidariedade é encontrar alguém do seu laboratório desesperado para
finalizar um artigo e você oferecer uma ajuda com as figuras e legendas.

Solidariedade é ouvir por vinte vezes a mesma apresentação somente para
fornecer uma platéia crítica a um amigo que está próximo de sua seleção de
doutorado.

E, principalmente, solidariedade é pagar umas boas cervejas para as
pessoas que conseguem defender suas monografias e teses, publicar seus
artigos e passar em concursos após tanto esforço e tantos pequenos gestos
solidários ao longo de sua carreira científica.

A solidariedade é fundamental em nosso meio de trabalho, e as dificuldades
que encontramos pelo caminho tornam-se mais fáceis de serem supoeradas,
além de contribuir para um ambiente de trabalho de muita alegria, muita
satisfação e, principalmente, muito orgulho de fazer parte desse grupo de
pesquisadores da UFRJ!


Patrícia Bado


c)


Solidariedade é uma virtude do ser humano que, em meio à tenta diferença,
enxerga similaridade. Beneficio que é antagônica a qualquer forma de preconceito.

A solidariedade não é pontual, não cabe em medidas tampouco aferições e o seu
produto é imensurável: o bem estar e a alegria alheia.

Para que serve?
Para percebermos que estamos no mesmo barco naufragável, onde todos importam
do convés a proa. Sendo assim, nossas atitudes e omissões contam.

Solidariedade é a ferramenta que nos redimensiona perante o universo, é a
oportunidade de nos colocarmos na posição do outrem. Mostra o privilégio de
sermos seres sociais e o melhor de tudo, a solidariedade nos faz promotores da
justiça.

No dia que aprendermos que no reflexo da vida todos somos iguais, até Narciso
será solidário.


Renato de Paulo