quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O sublime e o atroz são características do homem?
O que leva ao sublime e ao atroz?

De um grão, tudo
De um afeto, tudo.

Será que afeto e grão estão no mesmo estrato conotativo ou denotativo? Numa rápida e rasa análise poder-se-ia dizer que sim; já que, segundo o que foi estabelecido como proposições, leva-nos a conectar sentenças lógicas e concluirmos de forma equivocada. O tudo não cabe em si.
Somos substância; somos pensamentos. Somos lembranças ou até mesmo esquecimento. No entanto, se nem mesmo um preciso delito pode ser isento de evidências, nós, homens, também somos singularmente notáveis. De uma singamia, um mundo de sentimentos e sensações – É tão sublime quanto atroz. De energia em energia, autólise e apoptoses, uma célula desenvolve-se em muitos milhões iguais a primeira – em um ser humano. De mortes, uma vida. De muitas mortes, tua vida. De um ato atroz conjugal ou extra-conjugal, uma vida. Acaso, os fins justificam, explicam, entendem, compreendem, dizem o tempo ou as circunstâncias dos meios? Há muitas relações e pouco sentido. O juízo que se tem acerca do recato de viver é dependente da estreita visão que se tem dos fatos. Eu, sublime; Tu, atroz. Ora, prosa; ora poesia.


Da luz da alvorada ao brilho especular da lua
do cheiro de jasmim logo de manhã
do choro pueril ao beijo da amada
vêm o sublime e o atroz
juntos.

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