sábado, 21 de março de 2009

Media apagada

Afinal, o que é solidariedade? Para que serve?

Viver.

Melhor que uma resposta, a simples boa ação já atende a incitação; porém, num intenso taoísmo de valores, a relativização do bem e do mal aprofunda a questão em algumas releituras: a toda ação, equivale uma intenção forte e de sentido, muitas vezes, contrário. Mais do que de palavras, o conceito vem da forma, das faces dinâmicas dos relacionamentos. Poder-se-ia cogitar, então, que ser solidário é virtuoso. Ledo engano. Solidarizar é firmar-se cada vez mais; notabilizar-se. Não será preciso gastar mais linhas e letras para mostrar o caráter egocêntrico de tal ação. Antes mesmo de pensar em querer a paz, a união ou o bem-estar, o ato reflexo do sujeito agente é certificar-se de sua imagem e auto-imagem. Antes só do que...Não! Acompanhado para evidenciar as diferenças.

Exagero? Amargura?

Não.

Aos fatos: sabe-se, certamente, que viver nunca foi um gesto solidário. Todo e qualquer ser humano, seja direta ou indiretamente, só sobrevive com ou em função de algo ou de alguém. Ora, pelos padrões de imperfeições outrora definidos – como raiva, inveja, orgulho, dentre outros – tornou-se fundamental aparecer mais e bem. De outra maneira, seria o mesmo que dizer sobre a eminência dos mais aptos; daqueles que mais crescem, mostrando a força que têm – Darwinismo social. Feito uma rede com nós e ramos, o relacionamento humano, portanto, baseia-se na estabilidade e na fluência de contatos; quanto mais, melhor.

Nenhum comentário: