terça-feira, 24 de novembro de 2009

Construção

Sem voz
sem gosto
sem vontade
sem vida

Vocifera! Faça esta vontade
por tudo que atrozmente suporta
neste sufocar de saudade
Abra a porta! Abra a porta

Caem lágrimas de esperança
com gosto de saudade, de vazio
em tristes acordes sem dança
como a Páscoa sem a luz do círio

Entre cisma e entre quimera
pensamentos vão até a ti
da mais alta saudade sincera
surge a maior beleza que já vi

Eram dois e agora não mais
foi-se uma metade do coração
um lado clamando por paz
e a saudade regando a solidão

De tantas obras e construções
não sei se fico ou se parto
o silêncio de todos os sons
é não te ter ao meu lado

Dói, dói muito não ser visto
ouvir somente os sons da solidão
trauma, ferida, fratura e cisto
a saudade é a mortalha do coração

Ai, como dói o peito
com o laringe constricto, amargo e
seco

vai um pedaço de mim
deixando uma brasa sem calor
nessa terra do amor
de rosas e de jasmim

Começa a instilar o vazio
a imensa falta da presença
não é fácil, não é fácil
essa saudade sem licença

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